terça-feira, novembro 07, 2006

Paradoxalmente Mossoró

Paradoxalmente Mossoró
Por William Pereira da Silva

Paradoxo é um termo utilizado para definir o conceito de algo que é ou parece contrario ao comum; contra-senso, absurdo, disparate. Filosoficamente é uma afirmação que vai de encontro a sistemas ou pressuposto que se impuseram como incontestáveis ao pensamento. Pode-se ainda dizer que é uma contradição, pelo menos na aparência.
Analisando a história de Mossoró, ela cai bem nesta definição de paradoxo. Podemos afirmar que Mossoró é uma Cidade Paradoxal no que se refere a sua situação econômica, social e política.
A liberdade do povo Mossoroenses tão propagada em atividades festivas, datas comemorativas, livros de historia, campanhas eleitorais e eventos significativos de nossa cidade levam-nos a crer que tudo isto é verdade. Há uma imposição na mente da população para mostrar que Mossoró é uma cidade liberta e libertária.
Numa analise mais apurada sentimos a inexistência desta Liberdade onde tudo não passa de um jogo inteligente para iludir nosso povo e manter a perpetuação no poder dos políticos atuais e favorecimento do dinheiro público para o setor privado via alguns comerciantes, industriais e grupo de pessoas que só vivem de usurpar o erário municipal e estadual durante décadas.
Que liberdade é essa onde há mais de cinqüenta anos quem tem o destino da cidade é uma família, não existe investigações dos gastos públicos, o povo não participa das decisões mais importantes, que liberdade é essa onde a violência, a pistolagem toma de conta, onde o trânsito é caótico causando a morte de pessoas quase todo dia, funcionários públicos municipal são tratados como empregados da prefeita e tem de ter “fidelidade partidária familiar” e não podem abertamente expor suas idéias e ideais senão terão tratamento diferenciado dificultando suas vidas. Podemos falar em liberdade onde um homem pode definir o destino de muitos e sabemos que em Mossoró existe isto, um homem que não tem nenhum vinculo oficial com o poder público. Pobre povo de Mossoró, a única liberdade que tem é a pobreza nas suas vidas, as dificuldades do dia a dia e ser enganado nas campanhas eleitorais acompanhando os ricos e poderosos deixando-os determinar suas vidas e condena-los a miséria perpetua, tanto a miséria material como a miséria espiritual. Pobre Mossoró da Liberdade da Mentira, do usufruto do poder público.
Dizem que Mossoró tem um povo corajoso e valente por ter expulsado o bando de Lampião, ora quem tiver um pouco de cuidado e ler atentamente a história pode perceber que toda cidade foi avisada, deu tempo para organizar um pequeno exercito, ficar entrincheirados, somente parte do bando entrou na cidade, sabemos que os bandos geralmente mandavam alguns na frente como batedores apenas para saber o potencial de defesa das cidades e que alguns cangaceiros foram feridos e voltaram quase todos, os que morreram em Mossoró foram pouquíssimo, Lampião não veio com o bando ficando fora da ação dos defensores e isto prova que não existiu realmente a invasão do bando todo de lampião a esta cidade.
A escravidão foi abolida não por motivos de benevolência e sim por critérios econômicos no qual a Inglaterra queria vender tecnologia para agricultura e os escravos era mão de obra barata impedindo a venda dos seus produtos, em comum acordo com os poderosos da época a abolição da escravatura deu-se por este motivo, acabando a escravidão no Brasil a Inglaterra teria grande lucros. E Mossoró como sendo cidade do Brasil também estava no plano para acabar com a escravidão. Algumas pessoas bem informada (os maçons) sabiam disto e incentivaram antecipadamente esta liberdade tão mentirosa que foi a libertação dos escravos. A libertação dos escravos não era para ser comemorado com festa e sim com repudio e indignação por seres humanos tão mesquinhos terem tornados homens, inclusive Reis, em meros animais de carga. Como o holocausto a escravidão tem de ser lembrada com desprezo e nunca como fator de libertação a ser comemorada.
Mossoró conta com mais de duzentos mil habitantes e ainda é tratada como uma pequena província do século passado. Quem não estiver ligado ao poder político da família Rosado, não tem vez nem voz. Idéias, projetos, estudos técnicos, o saber, a cultura, tudo, tudo só é valorizado e aprovado se houver algum envolvimento com políticos ou pessoas influentes da casta abastada. Não conheço em Mossoró nenhuma expressão espontânea da população em termo de cultura, esporte, lazer, arte, comercio e industria que não tenha de passar pela influencia ou crivo de alguém influente politicamente e ligados aos Rosados.. Não existem espontaneidades nas ações da comunidade em geral. É um povo morto, sem expressões próprias. Admoestado politicamente, amordaçado, escravizado pelo poder público. Tudo não passa de aparências nas almas da gente Mossoroense. Não temos carnaval, futebol, festas juninas, Natal, nada, nada mesmo que seja realizado e mantido pelo povo... Pelo povo Mossoroense.
Nosso crescimento acontece por fatores externos e de recursos naturais e mesmo assim em ritmo lento. Mossoró fundada em e somente depois de tanto tempo é que tivemos o primeiro edifício com doze andares. Isso pode pesquisar que tem dinheiro do governo Federal através de Banco. Já existem no mundo edifícios com mais de cento e dez andares. Na década de sessenta tínhamos aviões de passageiros que logo foi desativado e somente no século XXI é que voltamos a ter aviões de passageiros com vôos regulares que podemos dizer inconstante ou propriamente irregulares, tem vôos numa semana e na outra já entra em crise e é suspenso.
Pobre Mossoró das praças superfaturadas e que todos aceitam de cabeças baixas sabendo dos preços absurdos publicados nas placas como se fosse a coisa mais natural do mundo. Pobre Mossoró da insegurança onde assaltos, roubos, assassinatos, acidentes com vitimas fatais acontecem com freqüência. Pobre Mossoró do Rio podre, das favelas urbanizadas, do turismo imaginário, das promessas não cumpridas. Pobre Mossoró, colônia dos Rosados, dos Maias e dos Alves.

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