A RESSURREIÇÃO E O DIA DOS FINADOS

A RESSURREIÇÃO E O DIA DOS FINADOS

William Pereira da Silva

A ressurreição na doutrina cristã, é o surgir para uma nova e definitiva vida, distinta e, em certa medida, oposta à existência terrestre, e que, a partir da ressurreição de Cristo, aguarda todos os fiéis cristãos. Portando a ressurreição é o fundamento da toda fé cristã onde todos esperam e dizem crer na pós vida para onde todos que crêem em Deus seguindo seus ensinamentos irão para o Céu em forma de espírito que vem a ser a parte imaterial do ser humano; alma (por oposição ao corpo); ainda uma Suposta entidade superior que transcende a matéria, uma entidade imaterial que pertence a uma ordem sobrenatural.
Várias são as passagens bíblicas que se referem à ressurreição e claramente demonstra ser Deus um Deus dos vivos e não dos mortos, vejamos algumas passagens:
MARCOS[12]
27 Ora, ele não é Deus de [mortos], mas de vivos. Estais em grande erro.

LUCAS[9]
57 Quando iam pelo caminho, disse-lhe um homem: Seguir-te-ei para onde quer que fores.
58 Respondeu-lhe Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça.
59 E a outro disse: Segue-me. Ao que este respondeu: Permite-me ir primeiro sepultar meu pai.
60 Replicou-lhe Jesus: Deixa os mortos sepultar os seus próprios mortos; tu, porém, vai e anuncia o reino de Deus.
61 Jesus, porém, lhe respondeu: Ninguém que lança mão do arado e olha para trás é apto para o reino de Deus.

LUCAS [20]
38 Ora, ele não é Deus de [mortos], mas de vivos; porque para ele todos vivem.

ROMANOS[6]
4 Fomos, pois, sepultados com ele pelo batismo na morte, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os [mortos] pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.

Através destes simples capítulos e versículos podemos deduzir com clareza que nenhum cristão ou aqueles que professam sua fé numa vida espiritual após a morte deveriam homenagear ou cultuar seus mortos pelos simples fato deles apenas ter mudado de estado material para o espiritual que é a grande promessa e fé da maioria dos ensinamentos das religiões existentes. O corpo aqui em vida é um invólucro da “matéria” etérea existente dentro de nós e aquilo que está lá no cemitério não têm nenhum valor para Deus, como também não deveria ter valor para nós. Deveríamos lembrar de nossos entes queridos como espírito que estão vivos em outra vida em outro lugar conhecido por nós como céu, isto para os que seguiram e foram perdoados por Deus, os outro foram para o inferno.
É uma pratica de as religiões fundirem a cultura e costumes de um povo para manter seu poderio sobre as pessoas levando-a a uma interpretação e ação não condizente com os ensinamentos básicos dos grandes mestres das suas doutrinas. A religião católica juntamente com as suas dissidências ramificadas no protestantismo (a maioria das religiões do Brasil vem do catolicismo ) tem muito das praticas pagãs do Mitraísmo uma religião pagã existente Antes de Cristo que foi utilizado por Constantino para acomodar cristão e pagão numa só religião onde as duas segue até os dias de hoje com seus dogmas e rituais havendo essa heterogeneidade de fé e crenças. Infelizmente isto leva a esquecer e não praticar os ensinamentos de Cristo.
O dia de finados deveria ter outro sentido, outro sentimento, outras direções, deveriam estabelecer como Cristãos não o Dia de Finados, já que todos segundo a crença estamos vivos, uns em carne e osso, outros em espírito, mas vivos nas duas formas. Seria melhor estabelecer o Dia da Saudade aonde iríamos  lembrar a perca dos entes queridos, relembrando suas passagens por esta vida corpórea, não nos preocupar em prestar homenagens ou gastar com túmulos como se aqueles restos mortais precisasse de luxo, conforto, lamentações. Os espíritos agradeceriam apenas as lembranças dos momentos felizes lembradas em algum lugar ou em qualquer época.
Como disse Jesus Cristo: “Deixai que os mortos enterrem seus mortos”