sábado, fevereiro 16, 2008

EDUCAR PARA A VIDA

EDUCAR PARA A VIDA
William Pereira da Silva
Leio o artigo de Flávio Rezende, escritor e jornalista, "Escola de Menos, Vivência de Mais", veio a lembrança de uma família na Europa que preferiu não colocar seu filho na pré-escola, ao invés disso, o dinheiro reservado para pagar a escola, seria revertido em passeios a diversos lugares onde seu filho pudesse ter um contato direto com a natureza na companhia de seus pais e familiares utilizando de espaços mais amplos e manipulação de objetos múltipos oferecidos pelo meio ambiente.
A minha neta Marina, de apenas dois anos, começou a "estudar", ir para a escola. Do meu ponto de vista acho isso um tremendo erro que a sociedade impõe a essas crianças, o mundo moderno com suas loucuras e desacertos cria situações que afastam de muito cedo as pessoas do convívio familiar. A importância da presença dos pais, irmãos, tios, avós são marcantes na formação da personalidade desses pequeninos seres humanos. A escola na mente dessas crianças no início, é um local estranho com pessoas estranhas, eles se sentem abandonados pelos seus entes queridos, não tem raciocínio suficiente para entender o futuro, que as pessoas mais tarde irão pegá-los, trazê-los de volta para casa, . É como colocar um adulto numa cidade onde ele nunca foi e deixá-lo sozinho sem dinheiro ou qualquer outro recursos para ir onde ele quiser, ficará a mercê de pessoas estranhas e sem saber aonde ir. Por isso tanto choro e desespero da criançada. Mas infelizmente até em países cujo educação é tida como exemplar acontece assim, o que fazer? Aceitar.
Na Revista Escola, reportagem sobre à educação em Cuba, Argentina e Chile, especificamente no primeiro país citado, as crianças começam ir para a escola com apenas um ano de idade, em regime de tempo integral. Há um consenso nos regimes socialista em que a família é um todo, estado, sociedade e pais, todos são responsáveis pela educação da população, do ponto vista comunista primitivo as civilizações indígenas utilizavam desse tipo de educação, vale ressaltar que não havia escola, a educação era num meio difuso onde as crianças aprendiam a caçar, pescar, nadar, artesanatos, todos se educavam entre si. Aprendiam tudo que precisavam para sua sobrevivência no seu habitat. Desse ponto de vista pode até ser aceitável.
O escritor e Jornalista relembra nosso tempo de ginásio, no qual tínhamos quatro meses de férias, mês de julho, dezembro, janeiro e fevereiro, atualmente são quinze dias em julho e um mês e meio entre janeiro e fevereiro, salientando que a educação aumentou em quantitativo e perdeu em qualidade, o inverso na nossa época. No nosso tempo das férias de quatro meses adorávamos, não víamos a hora de acabar o ano letivo, ficar em casa assistindo televisão, jogar, bola, acordar a hora que quiser, ir ao cinema, viajar a praia, sítios, cidades do interior, teríamos mais tempo com a família e quando voltávamos para a escola novamente sentíamos mais disposto a enfrentar os estudos. Era um período de Escola de Menos e Mais Vivência na Família.
Outro questionamento fica por conta da metodologia aplicada, é a metodologia da competição, colocam todos para estudar no intuito de conseguir um emprego para ganhar dinheiro, alguns sonham com muito dinheiro para enriquecer num pequeno espaço de tempo, isso gera um sentido de competição colocando o alunado numa expectativa de passar por cima uns dos outros, de tudo, as escolas preocupam somente em ver seus alunos desenvolvendo a parte intelectual, entupi-los de conteúdo para prepará-los para vestibulares, concursos, esquecendo totalmente o sentido antropológico, os conteúdos sobre humanismo, obediência as leis, ética, moral, filosofia, conteúdos que nos tornem mais humanos, não somente máquinas de competição. Educar para a vida numa amplitude maior.
Vemos um mundo violento, desumano, a vida tornou-se banal, estamos vivendo como gladiadores, não há respeito pelo saber, pela cultura, arte, interessa a intelectualidade sem medir suas conseqüências, a ciência tanto pode servir para o bem como para o mal, estamos caminhando mais para o sentido ruim, ademais o grande número do contingente de crianças e adolescente que abandonam a escola por não encontrar nela algo que lhes dêem sustentação para suas perguntas, como resolver suas vidas. Esperamos na esperança de haver mudanças em breve para mudar este quadro.



Abra sua conta no Yahoo! Mail, o único sem limite de espaço para armazenamento!

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial