domingo, junho 17, 2007

EDUCAÇÃO E SEGURANÇA

EDUCAÇÃO E SEGURANÇA
William Pereira da Silva
Wilpersil@hotmail.com
 
 
A cidade de Mossoró foi tomada por  assaltantes durante 48 horas nesta segunda semana do mês de junho, foram momentos de aflição para toda a população mossoroense, onde farmácias, bancos, escolas, residências, igrejas, oficinas, empresas, comércios tiveram seus momentos de horror.
A violência toma de conta da sociedade civil, a cada dia aparece gangues e mais gangues, nelas vemos principalmente jovens adolescentes juntamente com adultos entre dezoito e vinte e cinco anos no mundo do crime. Quando se vai a um presídio ou delegacia percebemos uma clientela de presos muito jovem e ficamos a refletir porque eles não estão nas escolas, e se estão por que não valorizam a educação deixando o mundo do crime aliciá-los, deixando a educação de lado? Estaria a escola cumprindo seu papel para com esses jovens ou são eles que não vêem mais na educação um meio de ascensão social? O que tem haver a educação com a segurança da população em geral?
Segundo Lauro Henrique Oliveira Lima, Diretor da Câmara de Educação Infantil do SINEPE-CE e Delegado da ACEPEME, "a  questão da segurança é séria e, só tem como solução final não o aumento da tropa de guarda e sim a esperança de que virão dias melhores para todos, e isso passa pela educação. Uma educação de qualidade, com valores éticos baseados em cidadania e democracia, só isso pode mudar este quadro."
Daí podemos concluir que devemos a cada dia melhorar de forma considerável  a educação destes jovens, partindo do pressuposto  que uma educação de qualidade não perderia tantos jovens para o mundo do crime.
Em todos os debates a ênfase em relacionar  segurança e qualidade de ensino deveriam tomar o topo das questões no que se refere a educação e segurança pública. Sabemos que são muitos os fatores causadores da violência e da insegurança pública, mas devemos ter em mente que uma educação de baixa qualidade influencia consideravelmente para o desprezo dos jovens por ela. Ao lado do debate específico sobre segurança pública deveria ocorrer uma discussão mais ampla sobre as raízes da criminalidade no Brasil, e os remédios para extirpá-las. E neste debate, é claro, não poderia deixar de ser focada a questão fundamental da qualidade de ensino no país.
No 14º Congresso Educar Educador, em São Paulo, foram ressaltados muitos pontos relacionando Educação e Segurança no qual o  coronel José Vicente da Silva, ex-secretário de Segurança Pública de São Paulo,  demonstra como educação e segurança pública, no Brasil, estão passando por um mesmo processo de crise. "Muitos dos projetos em educação e segurança parecem eficientes e deveriam ser, mas não dão certo por um único motivo: os policiais que atuam nas ruas, assim como os professores, não são ouvidos. As novas idéias são jogadas de qualquer jeito para aqueles que terão que executá-las", diz também que, é extremamente importante esse "caos de iniciativas" que está tomando proporção entre a sociedade civil do país, tanto no âmbito da educação quanto da segurança. "No entanto, projetos para resolver problemas tão complexos devem ser bem estudados, devem ser analisados todos os aspectos com base em tudo o que já foi feito, e não apenas no senso-comum", finaliza o coronel.
A deputada federal Marina Maggessi, São Paulo,  palestrante do 14º congresso  Educar Educador relata que, a escola é um agente essencial para promover a inclusão social dos indivíduos que hoje estão à margem da sociedade. "Mas não é apenas a escola. Esses indivíduos vivem em intensa miséria, em um processo cruel de marginalização, onde precisam disputar com os irmãos em casa um prato de comida, onde precisam viver como ratos", afirma. "Há crianças que passam a ter uma carteira de identidade apenas depois que vão para a Febem".
Segundo a deputada, parece haver um interesse da sociedade em desvalorizar a escola, os educadores e também a própria polícia. "Até mesmo dentro da política, é visível que há uma série de interessados em fortalecer as instituições privadas de ensino e a indústria do medo", provoca a deputada, que desde o início do ano acompanha de perto esse processo.
 
 
 
 


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