quinta-feira, maio 24, 2007

INCLUSÃO, DISCRIMINAÇÃO E EXCLUSÃO

INCLUSÃO, DISCRIMINAÇÃO E EXCLUSÃO

William Pereira da Silva
A inclusão, segundo Meire Cavalcante é a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. É para o estudante com deficiência física, para os que têm comprometimento mental, para os superdotados, para todas as minorias e para a criança que é discriminada por qualquer outro motivo. Costumo dizer que estar junto é se aglomerar no cinema, no ônibus e até na sala de aula com pessoas que não conhecemos. Já inclusão é estar com, é interagir com o outro.
A discriminação pode se entender como o nome que se dá para a conduta (ação ou omissão) que viola direitos das pessoas com base em critérios injustificados e injustos, tais como: a raça, o sexo, a idade, a opção religiosa e outros.
O termo exclusão social, de origem francesa, toma vulto a partir do livro Les Exclus (1974), de autoria de Lenoir, que define os excluídos como aqueles indivíduos concebidos como resíduos dos trinta anos gloriosos de desenvolvimento. Seguindo as idéias de Lenoir, o estudioso brasileiro Hélio Jaguaribe, em meados de 80, prevê, a partir da pobreza crescente, a exclusão de contingentes humanos e a define como resultado da crise econômica que se inicia em 1981-83. Para este autor, a exclusão assume as feições da pobreza. O escritor e político brasileiro Cristovam Buarque (in Nascimento, 1996), seguindo a mesma perspectiva de compreensão, ao analisar a crise econômica, publica escritos (1991, 1993 e 1994) que chamam a atenção para a ameaça à paz social. Segundo Buarque, a exclusão social passa a ser vista como um processo presente, visível e que ameaça confinar grande parte da população num apartheid informal, expressão que dá lugar ao termo "apartação social". Para ele, fica evidente a divisão entre o pobre e rico, em que o pobre é miserável e ousado enquanto o outro se caracteriza como rico, minoritário e temeroso.
Analisando os termos acima apresentados relembro um pouco da minha vida e dentro deste prisma sinto o quanto fui excluído no meu contexto social sendo a principal causa a minha situação como pobre filho de gente humilde. Hoje a escola volta-se para a fase da inclusão e nela tento me inserir nesta contextualização inserindo nos meus afazeres escolares pessoas com deficiência físicas, visuais, da audição e da fala nos quais sinto uma reclamação geral por não verem seus direitos serem respeitados e a discriminação de muitas pessoas em relação a eles rejeitando-os como seres humanos capazes de realizar as mais diversas tarefas no cotidiano e como próprios seres humano com dignidade a vida e ao que ela oferece. Em conversas informais, os deficientes relatam além da discriminação o sentido de exclusão a que são submetidos e sempre relato a eles que a exclusão no Brasil não é só para com os deficientes, mas também nas mais diversas situações em que se encontra o pobre, o negro, as mulheres, milhares de crianças, trabalhadores. Enfim uma grande parcela da sociedade é excluída dos seus mais elementares direitos como ser humano pelo sistema econômico criado com o advento do capitalismo nos séculos passados. Essa cultura capitalista valoriza somente os capazes, inteligentes, vencedores criando na nossa mente a imagem que todos que conseguem dinheiro, riquezas e poder são realmente os detentores da felicidade e da perfeição humano na terra. Uma das formas mais cruel de exclusão não é com deficientes e sim com os pobres que além de serem desprezadas como seres humanos passam por agruras quase que insuportáveis como a fome, falta de moradia, violência, mortes prematuras, trafico de drogas, mazelas de todas as naturezas.
A inclusão é um pequeno avanço que a educação esta conseguindo realizar para que possamos respeitar as diferenças reconhecendo que podemos conviver em comunhão aprendendo junto com pessoas deficientes ou com outras carências humanas. Uma grande lição estou aprendendo com os deficientes, é da força da superação e a conscientização de que um dia poderemos ser um deles e devamos agir com cautela antes de virar as costas as pessoas portadores de deficiência ou aquela menos favorecidas de recursos para viver. Tenho dito ao longo da minha vida que " O mundo da muitas volta em torno de si, dá uma volta ao redor do sol e volta sempre ao mesmo lugar". Sempre estamos voltando ao lugar de origem. Nascemos carentes e precisando de todos até tornarmos-nos independente para viver, mas devemos lembrar que um dia voltaremos a ser carentes e dependentes de novo ou pela velhice ou por um acidente qualquer que pode nos deixar inválidos ou deficientes físicos, visuais, auditivo, e ainda com problemas mentais.
Para a professora Maria Tereza Egler Mantoan ''Inclusão é o privilégio de conviver com as diferenças''

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