segunda-feira, fevereiro 25, 2008

A SEMANA PEDAGÓGICA 2008

A SEMANA PEDAGÓGICA 2008
William Pereira da Silva
Estamos vivendo mais uma Semana Pedagógica. A História se repete. Reunimos-nos numa grande assembléia no Teatro Lauro Monte. Palestras, depoimentos, sugestões, discursos, confraternizações, shows, saímos de lá com a moral levantado, injeções de ânimos, promessas, muitas promessas de melhoria da educação. Alguns eufóricos acreditam em tudo saindo otimista com energias renovadas para iniciar o ano letivo. Vamos para nossa escola, continuamos a semana pedagógica com reuniões, planejamentos, projetos, sonhos.
Voltamos a nossa realidade, em alguns meses, não mais de dois, tudo volta à "estaca zero", os mesmos problemas de até dez anos atrás continuam a infernizar a vida dos profissionais da educação. Nada muda, tudo passa a ser como antes. A semana pedagógica tornou-se mais uma vez falácias, engodos, perda de tempo. Os temas apresentados são os mais bonitos possíveis, palavras novas, nomes de efeitos como RESSIGNIFICANDO, LÓCUS, SABERES, FAZERES, uma beleza. Vejamos os temas:"Escola: Lócus de saberes e fazeres pedagógicos" "Repensando a prática pedagógica: ressignificando conceitos e possibilidades". Diálogo sobre currículo da equipe da Rede de Disseminadores do Ensino Fundamental (REDEF"Inclusão: Práticas Educativas", "Avaliação do Sistema de Ensino", "Regimento Escolar", "Por que elaborar o Plano Político Pedagógico da Escola" e "Práticas Pedagógicas: desafios e conseqüências escolares". "Gestão Participativa: Conselho Escolar/Conselho de Classe" e "Empreendedorismo e Educação", a primeira com a coordenadora do Codese, professora-mestra Lúcia Maria da Silva e a outra com o consultor do Sebrae, Carlon Von Sohsten.
Temas realmente relevantes são totalmente esquecidos, a realidade é encoberta, deveríamos debater na semana pedagógica assuntos que nos afligem como Escolas sucateadas, alunos desinteressados, recursos escassos, más administrações, professores desanimados, salários defasados, funcionários relapsos ou fantasmas, peculatos, improbidades administrativa, roubos, furtos, assaltos, violência, tráfico de drogas, evasão, descasos, estatuto dos servidores, Comodato das escolas particulares, temas que procurassem mostrar caminhos para uma nova realidade, uma nova educação.
Na coluna de César Santos, Jornal de Fato, sábado, 13/02/2008, ele relata um pedaço desta triste realidade, transcrevo na íntegra a sua opinião:
Educação
A Educação teve lugar de destaque na mensagem anual da governadora Wilma de Faria (PSB), lida há dez dias na Assembléia Legislativa. Renovação de promessas e o anúncio de um pacto pela educação para que todos abracem a luta pela melhoria do ensino público estadual. Nas palavras da governadora, a boa vontade. Mas, na prática, a desconfiança de que o governo deseja priorizar a educação. São muitos os sintomas que apontam para isso. Veja a situação de alunos carentes que dependem do transporte escolar. Eles enfrentam dificuldade de um serviço irregular, sem qualidade, conseqüência dos freqüentes atrasos no pagamento aos proprietários de transportes que operam o serviço. Ontem, no plenário da Assembléia Legislativa, o deputado estadual oposicionista Getúlio Rêgo (DEM) denunciou que em alguns casos o pagamento não é feito há mais de um ano, atingindo vários municípios da região Oeste. O deputado governista Raimundo Fernandes (PMN) endossou a denúncia, afirmando que o governo deixou de aplicar R$ 800 mil no serviço em São Miguel. A irregularidade do serviço atinge, principalmente, os alunos residentes em localidades rurais e que estudam em escolas na sede dos municípios. Em 2007, centenas de alunos da zona rural de Mossoró foram castigados, muitos desistiram do ano letivo. Os mais determinados procuraram outras alternativas para garantir o transporte e conseguiram salvar os estudos. A deficiência do transporte escolar não é um problema isolado. Soma-se a falta de qualidade das escolas, a maioria necessitando de melhorias e reformas. Em Governador Dix-sept Rosado, a Escola Estadual Manoel Joaquim foi interditada pelo Corpo de Bombeiros há quase três anos e os seus alunos acomodados em um galpão. Até aqui, o Governo não adotou qualquer providência para devolver a escola ao Município. Em Mossoró, a obra de reforma do Centro Supletivo Alfredo Simonetti se arrasta desde o primeiro ano do primeiro governo de Wilma de Faria, e caminha sem previsão de conclusão. Como se vê, a educação não recebeu, até aqui, tratamento que necessita. Longe dessa prioridade. Daí, a explicação de o Rio Grande do Norte ter segurado a lanterninha da educação do País, título indigesto para nossos alunos.
Tudo isso é só a ponta do Iceberg, somente quem vivencia a realidade da educação, das escolas, tem uma percepção crítica dos fatos, sabe das imensas dificuldades, injustiças, descasos, omissões, incompetências administrativas, corrupção desenfreada no setor educacional, que trazem enormes prejuízos para todos que atuam neste setor. Criaram aos longos dos anos um monstro, agora não sabem como dominá-lo. Soluções há, não existe é quem queira enfrentar este monstro prefere continuar alimentando-o até ele devorar a todos. Não tenho conhecimentos de nenhuma instituição ou entidade que luta verdadeiramente para mudar este quadro devastador, ninguém ainda não empunhou uma bandeira para lutar contra a corrupção, que existe e ninguém quer ver, dentro do setor educacional em todo estado do Rio Grande do Norte. O ministério público, sindicato, governo, funcionários, nada nem ninguém tem a coragem de lutar criando uma política, uma campanha para acabar com a nefasta, a megera corrupção na educação.
Em algum Estado brasileiro quando o governo deixou de tratar as escolas como curral eleitoral, aumentou os recursos financeiros e humanos, investiu na fiscalização, melhorou os salários dos funcionários públicos estadual, diminuiu o número de alunos por turmas, incentivou a disciplina, não somente para alunos, mas também para os funcionários, a educação deu um salto de qualidade.
No mundo todo, os países que investiram pesado na educação tiveram uma evolução social econômica assustadora, temos exemplo da China, Chile, Cuba, Espanha e muitos outros.
Enquanto tivermos essa mentalidade medíocre de aceitar e acreditar em promessas dos governantes, enquanto a educação estiver nas mãos da burguesia, das oligarquias, estaremos condenados a viver neste caos, nesta miséria educacional. Sem lutar somos presas fáceis para alimentar o MONSTRO QUE VIVE CARCOMENDO A EDUCAÇÃO.
Costumo brincar com meus colegas e dizer; "ESTAMOS NA SEMANA PEIDAGÓGICA" (risos)



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