sábado, julho 21, 2007

O GRAVE DA GREVE

William Pereira da Silva

wilpersil@hotmail.com

 

A lei n. 7.783, de 28 de junho de 1989 assegura o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. Considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador. São assegurados aos grevistas, dentre outros direitos: o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve; a arrecadação de fundos e a livre divulgação do movimento.

Quando qualquer classe se sente prejudicada nos seus mais elementares direito de exercer suas funções, principalmente no que se refere aos seus salários, sempre procura acordos, solicitando do empregador aumento salarial e melhorias no seu âmbito de trabalho, quando isso não acontece só existe um caminho a seguir, a greve. È isto que esta acontecendo na greve dos servidores públicos Estadual do Rio Grande do Norte. Os servidores A.S.G., T.E.D., T.N.S, professores e diretores das escolas estão totalmente insatisfeitos com o que vem acontecendo na rede pública Estadual há anos. Nossas escolas passam por dificuldades extremas desde sua estrutura física, falta de material didático, quadro funcional incompleto desfalcado com vigias, secretárias, professores e outros cargos. As exceções são mínimas das escolas que não sofrem com esses problemas.

A greve atual tem por reivindicações Plano de Carreira dos funcionários da educação;  reajuste salarial de 29% rumo ao piso salarial defendido pela CNTE; enquadramento com atualização e pagamento imediato das promoções horizontais e verticais; correção e pagamento aos professores do Quadro Suplementar; atualização e pagamento da gratificação dos 94 diretores eleitos e empossados em janeiro/2007; concessão de licenças para cursos de especialização, mestrado e doutorado; programa de habitação e meia passagem urbana. Até aí tudo normal.

O mais GRAVE DA GREVE esta nas atitudes do Governo do Estado em não querer atender as reivindicações da categoria e pior querer suspender pagamento dos grevistas, ameaçarem diretores de escolas. Segundo notícias da direção do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado – Sinte-RN faz denuncia que a Secretaria de Educação tem pressionado os diretores de escolas para obter os relatórios de freqüência dos professores e servidores. O objetivo da Secretaria seria, segundo os relatos da categoria que tem vindo à direção do Sindicato, adotar medidas punitivas para inibir o movimento grevista. Os diretores de escola estão se sentindo ameaçados pelo governo. Mesmo assim o Sinte-rn está estimulando os diretores a denunciar esta situação para a sociedade. Além do mais retirarem professores que atuam no sindicato, numa demonstração de perseguição nunca vista em nenhuma greve. A greve ainda não foi considerada ilegal para que se tomem medidas drásticas contra os grevistas, isto é uma afronta aos trabalhadores que a cada dia ficam mais revoltados fortalecendo o movimento grevista.

As intenções do Governo do Estado ficam explicita quando lança O PROJETO ADOTE UMA ESCOLA, no qual as escolas públicas seriam administradas pelo setor privado com recursos do dinheiro público, dando a escola pública um sentido de mercantilismo que obedece ao jogo puro e simples da lógica empresarial. O lucro acima de tudo, esquecendo que educação é a produção do conhecimento e direito de todos.

O mais GRAVE DA GREVE fica nas mentiras e irresponsabilidades do governo em lançar propaganda enganosa à população, desviando o foco da questão, bem sabem muitos é de que; desmantelando a rede pública estadual, fechando escolas, diminuindo o quadro funcional, o setor privado irá dominar a rede educacional e quem pagará o ônus é a população de renda baixa que terão de pagar pela educação de seu filho.

É preciso entender que temos direito a greve e não podemos deixar nos abater por ameaças e lutar com mais força contra os desmandos no setor educacional.

"A educação é um processo social, é desenvolvimento. Não é a preparação para a vida, é a própria vida." John Dewey, filósofo e pedagogo norte-americano (1859-1952).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Flickr agora em português. Você cria, todo mundo vê. Saiba mais.

quinta-feira, julho 05, 2007

ECONOMIA, DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO

ECONOMIA, DESENVOLVIMENTO E EDUCAÇÃO

William Pereira da Silva

A cidade de Mossoró nos últimos anos tem demonstrado mudanças significativas em vários aspectos, desde a construção dos prédios verticais, urbanização das avenidas nas entradas da cidade, construção de praças em todos seus bairros,  construção de industrias começando a formar seu parque industrial, Hipermercados, West Shopping, edifícios verticais comercias, novas universidade, escolas. A olho nu vê o crescimento da cidade podendo afirmar que a economia da nossa cidade cresceu satisfatoriamente nestes últimos dez anos. Este crescimento não é um fator somente local é um fenômeno que esta acontecendo em toda Região nordeste.

De acordo com a Economista. Doutora em Desenvolvimento Sustentável e Gestão Ambiental (CDS/UnB). Coordenadora do Curso de Economia da Universidade de Fortaleza (UNIFOR) e Presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (CORECON-CE), o Nordeste, começa a dar sinais de um novo processo de crescimento econômico está se instalando na região, com características um pouco mais equilibradas. Especialmente no que diz respeito à crescente produção de petróleo em estados como Bahia e Rio Grande do Norte, e também uma maior organização da atividade turística, inclusive com a inserção do turismo ecológico e religioso, que leva emprego e renda não só para o litoral, mas também para o interior dos estados. Nesse sentido o Ceará tem se destacado. Também a implementação de novas metodologias como o incentivo a Arranjos Produtivos Locais, que buscam maximizar as vocações de cada região, têm ajudado a criar uma nova perspectiva de crescimento e desenvolvimento para a região Nordeste.

Temos agora a Escola do Petróleo que ira funcionar provisoriamente no SENAI. O setor educacional da rede privada de ensino também mostra um crescimento considerável com a criação e ampliação de novas universidades e escolas. É notório algumas escolas particulares estar em pleno crescimento, no seu espaço físico e em número de alunos, demonstrando também ser um índice de crescimento econômico. Na esfera Federal a URFERSA amplia suas instalações físicas ofertando mais cursos, O CEFET  também aumentou a oferta de vagas e dos seus cursos, tudo isso mostra a perspectiva do aumento da população e do crescimento econômico.

O desenvolvimento econômico e social de qualquer nação passa pelo investimento em educação. Para economistas, educação determina crescimento de país. A qualidade da aprendizagem nas escolas é tão determinante para o crescimento dos países em desenvolvimento quanto para as nações desenvolvidas, diz o economista americano Eric Hanushek, da UNIVERSIDADE de Stanford. Ele fez estudo classificando diferentes países de acordo com as notas obtidas pelos alunos em testes escolares. Concluiu que, se o Brasil conseguir meio por cento de desvio padrão (variação em relação à média), a qualidade da educação dos estudantes brasileiros subiria para o nível de Portugal. Nos Estados Unidos, o mesmo movimento significaria atingir o padrão da Alemanha.

Demétrio Weber  de O Globo e O Globo On line,  relata que apenas 166 escolas públicas brasileiras de 1ª a 4ª série do ensino fundamental, o equivalente a 0,59% do total avaliado pelo Ministério da Educação (MEC), têm desempenho comparável ao de países de Primeiro Mundo, no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). De acordo com reportagem publicada na edição desta quinta-feira, 21/06/2007 no jornal O Globo, das dez melhores escolas de 1ª a 4ª série no país, 5 são do Rio de Janeiro, inclusive a primeira colocada, o Ciep 279 Professor Guiomar Gonçalves Neves, em Trajano de Morais. O mesmo ocorre no ranking de 5ª a 8ª série, que é liderado pelo Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio (UFRJ).

Dados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) de 2005 mostram que é crescente o percentual de alunos que fizeram o ensino médio em escolas públicas. Em 2002, 25% dos alunos avaliados vinham do ensino público e, em 2005, a porcentagem subiu para 58,8% nas áreas avaliadas.

Os estudantes de universidades públicas brasileiras têm melhor avaliação do que os alunos das instituições privadas de ensino superior. Em 18 das 20 áreas avaliadas, os estudantes obtiveram conceitos altos. Os cursos de arquitetura e urbanismo, biologia, computação, letras, matemática e todos os grupos das engenharias estão entre os de melhor conceito.

Diante dos dados acima revelados conclui que as escolas públicas não acompanham o desenvolvimento econômico do país. Sabemos que as escolas privadas têm seus problemas e às vezes seus índices podem estar em baixa, mas no geral ela se mantém ativas e funcionam satisfatoriamente por décadas, já a escola pública passa por uma crise institucional devido a vários fatores nos últimos quinze ou vinte anos.

A única solução para as escolas públicas estaduais voltarem a ter qualidade é ser tratadas e funcionar de acordo com as escolas particulares. São de fundamental importância os funcionários e professores dos setores da educação pública  mudar, revolucionado seu modo de pensar em relação a sua atuação neste setor tão crucial para o desenvolvimento do país e  dar cidadania plena ao povo brasileiro. A escola pública tem de ser tratada como uma empresa que tem de ter eficiência e qualidade para sua clientela.

Há na rede pública aquele pensamento e modo de agir arcaico do "querer levar vantagem em tudo", onde cada um só pensa em si, em ocupar cargos melhores, trabalhar o mínimo possível porque sabem que o salário muito ou pouco é certo receber no final do mês, burlar o expediente, omitir-se de dar aulas, quando se trabalha em escola particular e ao mesmo tempo na pública, há uma diferença enorme na atuação, sendo eficiente numa e ineficiente noutra e geralmente a pública é a desprezada, sendo que paga bem melhor. Existem milhares de maneiras e desculpas para não ter eficiência na jornada de trabalho da rede publica de ensino, salvo exceções, é claro.

É hora da virada, da revolução no trato com a coisa pública. Para um bom observador tem-se todos os meios para essa reviravolta, basta um pouco de sensibilidade para assumir o compromisso com a educação da nação, das crianças e de nossos jovens. As leis estão o nosso favor, os investimentos sempre existiram, mesmo pouco, sendo agora haver muito mais investimentos na educação. Vamos transformar nossas escolas púbicas melhor que as privada.  Existem reações em várias regiões e mesmo aqui em Mossoró, onde escolas públicas funcionam de igual para igual com as escolas privadas. Vamos ser profissionais competentes assumindo a postura do grande educador que sabe e pensa no fazer sempre o melhor, valorizando nossa classe, reerguendo nossas escolas, nossa auto-estima, dando aos nossos alunos uma educação de qualidade.

Não podemos andar na contramão da história, na qual os setores privadas avançam em eficiências e qualidades e nós, do setor público, assistimos de camarote, deduzindo que, levando vantagem em assumir uma postura de descaso e omissão, não estamos cavando nossa própria sepultura, aonde iremos juntos com as escolas que serão fechadas perde nossa carga horária ficando a mercê do jogo dos gestores da educação.

Vamos salvar nossas escolas, nossos empregos e nossas cargas horárias! URGE AGIR E LUTAR!

 

 

 

 



Novo Yahoo! Cadê? - Experimente uma nova busca.