quarta-feira, abril 21, 2010

ESCOLAS/SENZALAS

ESCOLAS/SENZALAS

William Pereira da Silva

 

A escola é um estabelecimento público ou privado onde se ministra, sistematicamente, ensino coletivo. A Senzala era o conjunto de casas ou alojamentos que se destinavam aos escravos de uma fazenda ou de uma casa senhorial, junte os dois e teremos as Escolas/Senzalas.

Muitos estabelecimentos públicos ou privados com nomes de escolas, se bem espreitados, observado por especialistas da educação, do ministério do trabalho ou do ministério público verão que não atende a nenhum padrão de uma escola modelo ou ainda que estejam tratando de escolas como estabelecimentos comerciais onde seus funcionários e professores trabalham  com  carga horária em regime de semi-escravidão.

Escolas que parecem cubículos onde aglomeram dezenas de alunos num espaço impróprio e desumano para educar crianças. Vemos em qualquer periferia da cidade, uma mera imitação do que poderia ser uma escola de verdade. Algumas ditas  grandes escolas também impõe poucos espaços internos e regime de trabalho de semi-escravidão.

Pelo artigo 58 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, a duração normal da jornada de trabalho será de 8 horas diárias, limitadas há 44 horas semanais (item XVI do artigo 7º da Constituição Federal de 1988). Nossa legislação, entretanto, permite que algumas categorias de empregados tenham jornada legal reduzida (artigos 226 e 227 da CLT),  permite a realização diária de 2 horas diárias além da jornada legal, limitadas há 10 horas semanais. Tal acréscimo na jornada leva o nome de horas extraordinárias, ou simplesmente horas extras que devem ser remuneradas além do salário do empregado.

O que acontece em muitas escolas, principalmente do setor privado, funcionários trabalham em regime de 50 horas semanais, entram às 7h30min, saem às 12h00min e à tarde retornam às 13h30min saindo às 18h00min perfazendo um total diário de 9 horas trabalhadas que totalizam 45 horas semanais, ainda incluindo o sábado entrando das 7h00min até às 12h00min ou até às 13h00min acrescenta mais 4h30 ou 5h00 minutos totalizando às 50 horas semanais ou  mais, entretanto no livro de ponto assinam somente as horas permitas na legislação e o restante não é pago horas extras prejudicando consideravelmente os trabalhadores em educação. Muitos professores e funcionários recebem um salário mínimo ou menos pela sua jornada de trabalho, não são raros os casos de extrapolarem a carga horária de 60 horas os  ASG's, técnicos, bibliotecárias e outros setores crucias da escola.

As escolas passaram a ter tratamento igual ou pior ao comercio em geral, a educação transformou alunos em mercadorias e professores e funcionários em mão de obra barata desqualificadas para as reais necessidades da educação, qualquer um pode ensinar desde que não reclame, não denuncie e aceite as migalhas em dinheiro. Não é a toa que caminhamos para um colapso educacional, onde estamos pior que a situação de circo ruim, no qual  quem esta dentro quer sair e quem esta fora quer entrar, na educação esta assim QUEM ESTÁ DENTRO QUER SAIR E QUEM ESTÁ FORA NÃO QUER ENTRAR.

Urge uma mudança radical e revolucionária na maneira de tratar o sistema educacional brasileiro. Alguns segmentos do setor privado desmoralizam o que antes tínhamos como educação, educador e servidores da educação. Sindicatos ou entidades de classes precisam supervisionar fiscalizando este setor.

Não somos mercadoria, muito menos mão de obra desqualificados, estudamos e precisamos ser respeitados como cidadãos formados com curso superior, qualificados, que tem por missão educar crianças, jovens e adultos para não superlotarem as penitenciarias do nosso país que estão abarrotadas de jovens entre 18 a 24 anos que não vêem mais na educação um meio a lutar pela vida. Os exemplos que eles percebem vendo professores sendo tratados como qualquer um dar entender que educação "não é lá essa coisas" e o traficante adota-os com ilusões imediatistas do lucro fácil, em pouco tempo, a educação como se sabe é a longo prazo e depende de muito esforço e dedicação.


 

A DISCIPLINA E O VALOR DAS PEQUENAS COISAS

A DISCIPLINA E O VALOR DAS PEQUENAS COISAS

William Pereira da Silva

Contam antigos empregados da Fábrica de Cimento de Mossoró que seu dono, o grande industrial João Santos, fazia visitas periódica as suas fábricas e numa destas visitas na de Mossoró ocorreram dois fatos interessantes que eles gostavam de conversar nas rodas de amigos. Um foi quando um porteiro ao perceber a presença do industrial correu para abrir o portão no intuito de ser rápido  para mostrar eficiência ao chefe, só que na pressa esqueceu de colocar o boné. O carro pára, João Santos chama o porteiro e diz que o mesmo será demitido, abismado ele pergunta o porquê e recebe como resposta que era  por não estar portando o boné. O segundo quando ele em comitiva junto aos gerentes inspecionava as oficinas da fábrica, de repente para e apanha um parafuso que estava no chão e ordenou que guardassem esse parafuso. Um dos integrantes da comitiva indagou qual o motivo dele ter agido destas duas formas, demitindo o empregado que mostrou eficiência e apanhar um simples parafuso sendo ele rico, dono de várias fábricas de cimento em todo nordeste. Como resposta o Sr. João Santos relatou que o vigia foi demitido por displicência ao fardamento completo, indisciplina nas ações e sua desatenção em não perceber a aproximação dos carros bem antes, tendo tempo de agir com calma e eficiência  e quanto ao parafuso ele disse que sua riqueza veio da sua percepção em não desperdiçar nada, economia, valorizar as pequenas coisas,  que uma riqueza se constrói com pequenos detalhes valorizando cada centavo ganhado e limpeza não faz mal a ninguém.

Estes dois exemplos deveriam ser seguidos por muitos alunos, para aprender que tudo construído na vida vem de pequenos detalhes, passo a passo, degrau a degrau, valorizar cada conteúdo oferecido nas disciplinas escolares, como também entender o valor da organização e da disciplina para sua educação.

O que presenciamos em muitas escolas, não em todas, principalmente da rede pública estadual é o descaso do alunado com o respeito à escola e aos mestres, a preferência por umas disciplinas e outras não, indo de acordo com sua conveniência particular, menosprezando alguns professores por acharem que sua matéria não tem valor nenhum, nunca servirá para nada em sua vida.

Muitas vezes nos esforçamos para pesquisar, levar novos conteúdos, oferecer novidades, aulas mais dinâmicas, dar aulas proveitosas, mas somos barrados pela indisciplina, insensatez, ignorância, descaso dos alunos, chegando até a violência verbal e física aos professores. Torna-se difícil a nossa tarefa de educar, porém pior ainda são escolas que permitem a indisciplina de alunos para não perder sua clientela e futuros recursos financeiros. Nós professores somos sacrificados em não haver nenhuma seleção, nenhum critério, nenhum processo seletivo, nada é feito para impedir matriculas de alunos incapazes ao convívio escolar, surgindo daí a violência no interior das escolas. Este ano um aluno foi armado para escola com um revolver, sendo preciso solicitar a policia para desarmá-lo, estranho é que este aluno apenas foi transferido de turno. Final do ano passado fui agredido moralmente e ameaçado de sofrer uma agressão física com uma cadeirada e este aluno permanece na escola como nada tivesse havido. Prevaleceu à impunidade, daí dando margem para outros atos e mau exemplo para toda escola.

Ta na hora de todos entender que sem disciplina na escola  e com a falta de respeito aos professores muitos fatos ruins irão acontecer mais ainda, chegando inclusive ao extremo de serem ceifadas vidas no ambiente escolar.

Urge agir com ordem e disciplina com critério na seleção de alunos evitando de matricular nas escolas marginais drogados que nada respeita  tornando-se um verdadeiro perigo para toda comunidade escolar.


 

 

sábado, abril 03, 2010

RACIOCINIO LÓGICO E FLUIDEZ DE PENSAMENTOS

RACIOCINIO LÓGICO E FLUIDEZ DE PENSAMENTOS
William Pereira da Silva

O nosso cérebro necessita de estímulos para ativar suas diversas áreas em que desenvolve as ações sensoriais e todos os movimentos do nosso corpo. Esse órgão necessita ser estimulado para nossa inteligência ser mais ampla e os conhecimentos serem adquiridos em todas as suas formas.
Existem milhares de maneira para colocar nosso cérebro em ação e para isso foram criadas atividades diversificadas desde uma simples aula até elementos mais complexos.
Sendo professor de xadrez, sei muito bem como este jogo é benéfico para o desenvolvimento mental, principalmente de crianças, mas não só o jogo de xadrez tem a capacidade de estimular e desenvolver as diversas  áreas sensoriais do cérebro, outras atividades de jogos de salão também ajudam nesta tarefa. A grande maioria dos educadores tem nos seus conteúdos, seja de matemática, português, ciências, física, química etc., a certeza de estar contribuindo para o desenvolvimento mental dos alunos, mas esquecem que outras atividades além dos conteúdos ministrados também podem e devem ser utilizados no processo educacional ajudando a ampliar as atividades cerebrais.
Este ano estou inserindo no Clube de Xadrez Pensart atividades de Raciocino Lógico e Fluidez de Pensamentos (RLFP). No primeiro dia do funcionamento em 2010 do Clube oferecemos jogos de sudoko, palavras cruzadas, damas, dominó, jogos de lógicas, banco imobiliário e evidentemente do jogo de xadrez que, por si só, já tem uma gama infindável de benefícios de estímulos cerebrais desde a atenção e concentração; o julgamento e o planejamento; a imaginação e a antecipação; a memória; a vontade de vencer, a paciência e o autocontrole; o espírito de decisão e a coragem; a lógica matemática, o raciocínio analítico e sintético; a criatividade; a inteligência, até a organização metódica do estudo e o interesse pelas línguas estrangeiras.
É pretensão nossa ter mais jogos implantados ainda este ano como o gamão, detetive, ludos, xadrez chinês, palitos, baralhos comuns e educativos, jogos de memória e tantos outros. Tudo vai depender do apoio ao projeto da parte da direção da escola e a participação dos alunos.
O jogo de damas trabalha com a inteligência, através da manipulação de peças num tabuleiro. O objetivo do jogo é fazer com que um jogador consiga "capturar" as peças do adversário, de forma a deixá-lo sem peças no tabuleiro ou sem movimentações possíveis, daí o raciocínio da estratégia é estimulado. O dominó tem por objetivo: Iniciar o processo de cálculo aritmético da adição, subtração e multiplicação, a relação algarismo/quantidade.. No banco imobiliário a contribuição para o desenvolvimento da mente de uma criança é inegável, pois ao estipular regras e propor um objetivo bem definido, o jogador tenta formular as melhores estratégias possíveis para ganhar o jogo. As palavras cruzadas e o Sudoku constituem um dos instrumentos usados por neuropsiquiatras e terapeutas no que eles chamam de "ginástica cerebral", no tratamento da Doença de Alzheimer e outros casos em que há perda de memória. O objetivo é fazer com que o cérebro estimule o funcionamento e a extensão da memória; quanto mais informações os neurônios recebem, mais sedentos de novos dados eles ficam, criando novas ligações - as sinapses - entre eles.
O Clube de Xadrez Pensart no seu sexto ano de existência visa  utilizar de novos recursos didáticos trazendo novidades para o alunado da rede pública de ensino e que os mesmos pense com sabedoria porque "PENSAR COM ARTE É PENSAR COM SABEDORIA, A ARTE DE PENSAR É UMA VIAGEM AO MUNDO DA LIBERTAÇÃO, É SABER IR MAIS ALÉM, VER O MUNDO PELOS SEUS PRÓPRIOS OLHOS".

PROFESSOR PROFISSÃO PERIGO

PROFESSOR PROFISSÃO PERIGO
William Pereira da Silva

Ativei no Google este título acima descrito e obtive aproximadamente 56.200 resultados, onde tem até filmes sobre o assunto. É assustador a quantidade de casos envolvendo professores com a violência, tanto de alunos x professores, pais x professores, escolas x professores, comunidade x professores, delinqüentes x professores.
Estou escrevendo este texto baseado noutro artigo com o mesmo nome, escrito por MARIA DE FÁTIMA FRANCO DOS SANTOS Professora do Curso de Psicologia da PUC-CAMPINAS e Colunista do Jornal Correio Popular, Campinas, SP, no blog Penso? Logo Existo. (http://kautscher.blogspot.com/2007/10/professor-profisso-perigo.html).
Atuo em duas escolas públicas de Mossoró  com realidades parecidas. Nunca estive numa situação tão conflitante como agora. No passado havia casos de alunos rebeldes, às vezes briguentos, mas tudo que não se resolvesse com uma boa denúncia a direção, casos de brigas entre alunos e professores eram raras, mas aconteciam.  Tive de entrar em luta corporal com alunos algumas vezes para me defender, em outras oportunidades fui até ameaçado de apanhar por grupos de  alunos insatisfeito com minha arbitragem num jogo, mas com um bom papo tudo era resolvido e terminávamos numa mesa de bar nos confraternizando e tudo voltava ao normal. Atualmente fatos de violência contra minha pessoa dentro e fora das escolas estão se tornando corriqueiro e tenho enfrentado situações perigosas e constrangedoras.
Final do ano passado alunos jogava voleibol e começaram com discórdias e badernas durante o jogo e tive que encerrá-lo para não haver briga entre eles. Um deles revoltado pelo final do jogo se dirigiu a mim gritando que eu era um moleque e irresponsável, levei o caso a direção e numa reunião em sala fechada o mesmo levantou calunia diante dos fatos ameaçou jogar uma cadeira  em mim, fui desafiado para brigar, neguei-me saí da sala, no corredor o rebelde me ameaçou dizendo que iria chamar seu pai e irmão para me dar uma surra e ficou  circulando ao meu redor. Tive de ir embora estava com a pressão alta, irado, já pensando ir as últimas conseqüências e brigar com ele, saí da escola às pressas e fui a Unidade de saúde mais próxima para verificarem minha pressão que estava 20/14. Através de atestado médico passeis quarenta e cinco dias afastados das atividades escolares.
Outra situação péssima que enfrentei foi um individuo totalmente drogado adentrou no campo de futebol  ameaçando a todos quase sem poder falar dizia que ele era o dono do jogo agora e quem impedisse iria ver o que acontecia, mais uma vez tive de sair rapidamente do ambiente.
Palavras de baixo calão, pornografia é o que mais vemos de muitos alunos dentro da sala de aula. Eles agridem moralmente professores sem nenhum constrangimento dirigindo ofensas e mais ofensas sem o mínimo de escrúpulos e pudor, temos de recorrer sempre à direção da escola para tomar providências. Este ano um aluno armado com um revolver foi retirado da sala de aula pela polícia, foi um rebú danado dentro da escola, mas pasmem, o aluno foi apenas transferido de turno. São tantos casos que daria para escrever muitas páginas.
O que mais me intriga é que não existem ações efetivas para resolver o problema e em nenhuma reunião o tema é debatido, agem como se nada tivesse acontecido, encobrem os fatos e a realidade só faz piorar. Até quando surpotaremos?