terça-feira, fevereiro 26, 2008

MORALIZAR PARA TRANSFORMAR

 
MORALIZAR PARA TRANSFORMAR
 
William Pereira da Silva
 
O mundo gira em torno de si, dá uma volta ao redor do sol e volta sempre ao mesmo lugar, mesmo que dentro da via-láctea todo o conjunto de mundos e estrelas esteja em constantes deslocamentos no universo. Tudo esta em movimento, evoluindo sem cessar, há mudanças tão lentas que são imperceptível ao ver do ser humano comum.
A Educação no Rio Grande do Norte tem essas características da terra e da via-láctea, sempre dando voltas chegando ao mesmo ponto, no caso o da ineficiência. Tudo funciona, esta sempre em movimento, se deslocando, A Secretaria de Educação Funciona, as DIREDS, as Escolas, todo o conjunto da estrutura do governo em relação ao sistema educacional norte-riograndense funciona, esta em ação  permanente, tem verbas, recursos, mas porquê não tem eficiência  suficiente para a educação ter qualidade? Qual motivo das escolas sucateadas?  Desvio de verbas? Favorecimentos ilícitos?  Peculato? Improbidades administrativas? Omissão? Descasos? Indiferença? Eu sei as respostas, tenho absoluta convicção que a maioria dos servidores públicos sabe, os governantes sabem, o ministério público sabe, os sindicatos sabem, a população sabe, todo mundo sabe, o grande problema é que todo inicio de ano letivo anunciam as mudanças, propagam novidades, prometem "mundos e fundos", passam dois a três meses e tudo volta à mesmice, aos mesmos problemas, os mesmo costumes, vícios, irresponsabilidades, incompetências e ninguém, ninguém mesmo tem uma ação efetiva e contundente para provocar as mudanças. Não esqueçamos as exceções, elas existem, porém são ilhas no mar de lama que se encontra a educação, há um descaso enorme camuflado por ações mínimas que a cada inicio de ano querem demonstrar as grandes mudanças. Todo ano o mesmo lengalenga, semana pedagógica, palestras, gestão democrática, novos cursos, reformas, novas formulas, novas metodologias, novos dirigentes (nem sempre), tudo novo, as mil maravilhas, tudo promessa, tudo funciona tão lentamente em termos de mudanças reais que é parecido  com as da via-láctea e da evolução da terra, ficando somente as ilusionárias mudanças prometidas "anos a fio", uma história sem fim. Educação de qualidade, nada.
Disse que tenho as respostas, não sou gênio, não sou dono do saber, não sou aquele que pretende mudar o mundo, tomar o poder, querer ser mais que os outros, aquele que quer tomar cargos dos outros, ocupar cargo diretor de escola, chefe de Dired, ser corrupto, ter favorecimentos políticos, aparecer, somente sou um ser humano comum, um cidadão, um educador que tem um senso crítico, gosta de sentir a realidade como ela é, sem subterfúgios, entendo e vejo as coisas, os fatos como elas ou eles realmente são.
Enumerarei alguns do meu ponto de vista em relação à ineficiência do sistema da educação do Rio Grande do Norte:
1 – Interferência direta de políticos indicando cargos e funções
2 – Proteções aos servidores fantasmas ou não que são correligionários
3 – Esquemas organizados dentro do setor para desvios de verbas. (comerciantes, ex-deputados, ex-militares, funcionários públicos, chefes de repartições...)
4 – Corrupções profundas como peculatos, improbidades administrativas
5 – Inexistências de fiscalização do governo in loco na aplicação dos recursos (Só existe a burocracia, troca-se dinheiro e mercadorias por papel)
6 – Não é feito Tombamentos do patrimônio nas escolas, semestral ou anual.
7 - Não há combate a corrupção dentro das escolas e diversos setores da educação do RN (Não existe sequer uma instituição agindo ou preocupada com esse fator preponderante para tornar a educação mais eficiente)
8 - Gestão Democrática totalmente antidemocrática (Diretores eleitos obedecem fielmente seus lideres políticos, esquecem as leis que regem a educação). Há exceções lembrem-se.
9 – Diretores inexperientes causando grandes prejuízos ao funcionamento da escola
10- Professores e funcionários, relapsos, egoístas, inoperantes (aqueles que querem levar vantagem em tudo, menos trabalhar)
11- Falta da disciplina geral para funcionários públicos e alunos (proteção de políticos e paternalismo acentuado)
12- Escola em sistema de Comodato ( Escolas privadas financiadas pelo governo retiram os alunos da rede pública  ocasionando o fechamento de muitas escolas  estaduais.)
13 – Salários dos professores não condizem com suas reais necessidades.
Enumeraria mais uma dezena de fatores negativos que corrói a educação do RN, mas tenho a consciência que os educadores deste Estado sabem perfeitamente das causas que ocasionam as mazelas do nosso sistema educacional, infelizmente nada é feito para moralizar transformando nossas relações com os governantes, a submissão reina, um calendário de pagamento em dia acomoda os funcionários fazendo deles massa de manobra.
Quem espera que as coisas mudem por si só,  apenas aumenta o descaso que sofre a educação.
Esta frase de Gramsci retrata bem a situação dos educadores como intelectuais que não utilizam seu poder de transformador educando os jovens para se rebelar e juntos revolucionar a educação no RN e no Brasil:
 
"O elemento popular "sente",
mas nem sempre compreende ou sabe;
o elemento intelectual "sabe",
 mas nem sempre compreende e,
muito menos sente". 
 
Maurico Luiz Giulo de São Paulo relatou que um brilhante professor dizia duas verdades que definem a realidade do ensino brasileiro. "Vivemos num país onde estudar ainda é luxo, se as coisas continuarem como estão daqui a alguns anos nem pagando teremos um ensino de qualidade."
 
 
 
 


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segunda-feira, fevereiro 25, 2008

A SEMANA PEDAGÓGICA 2008

A SEMANA PEDAGÓGICA 2008
William Pereira da Silva
Estamos vivendo mais uma Semana Pedagógica. A História se repete. Reunimos-nos numa grande assembléia no Teatro Lauro Monte. Palestras, depoimentos, sugestões, discursos, confraternizações, shows, saímos de lá com a moral levantado, injeções de ânimos, promessas, muitas promessas de melhoria da educação. Alguns eufóricos acreditam em tudo saindo otimista com energias renovadas para iniciar o ano letivo. Vamos para nossa escola, continuamos a semana pedagógica com reuniões, planejamentos, projetos, sonhos.
Voltamos a nossa realidade, em alguns meses, não mais de dois, tudo volta à "estaca zero", os mesmos problemas de até dez anos atrás continuam a infernizar a vida dos profissionais da educação. Nada muda, tudo passa a ser como antes. A semana pedagógica tornou-se mais uma vez falácias, engodos, perda de tempo. Os temas apresentados são os mais bonitos possíveis, palavras novas, nomes de efeitos como RESSIGNIFICANDO, LÓCUS, SABERES, FAZERES, uma beleza. Vejamos os temas:"Escola: Lócus de saberes e fazeres pedagógicos" "Repensando a prática pedagógica: ressignificando conceitos e possibilidades". Diálogo sobre currículo da equipe da Rede de Disseminadores do Ensino Fundamental (REDEF"Inclusão: Práticas Educativas", "Avaliação do Sistema de Ensino", "Regimento Escolar", "Por que elaborar o Plano Político Pedagógico da Escola" e "Práticas Pedagógicas: desafios e conseqüências escolares". "Gestão Participativa: Conselho Escolar/Conselho de Classe" e "Empreendedorismo e Educação", a primeira com a coordenadora do Codese, professora-mestra Lúcia Maria da Silva e a outra com o consultor do Sebrae, Carlon Von Sohsten.
Temas realmente relevantes são totalmente esquecidos, a realidade é encoberta, deveríamos debater na semana pedagógica assuntos que nos afligem como Escolas sucateadas, alunos desinteressados, recursos escassos, más administrações, professores desanimados, salários defasados, funcionários relapsos ou fantasmas, peculatos, improbidades administrativa, roubos, furtos, assaltos, violência, tráfico de drogas, evasão, descasos, estatuto dos servidores, Comodato das escolas particulares, temas que procurassem mostrar caminhos para uma nova realidade, uma nova educação.
Na coluna de César Santos, Jornal de Fato, sábado, 13/02/2008, ele relata um pedaço desta triste realidade, transcrevo na íntegra a sua opinião:
Educação
A Educação teve lugar de destaque na mensagem anual da governadora Wilma de Faria (PSB), lida há dez dias na Assembléia Legislativa. Renovação de promessas e o anúncio de um pacto pela educação para que todos abracem a luta pela melhoria do ensino público estadual. Nas palavras da governadora, a boa vontade. Mas, na prática, a desconfiança de que o governo deseja priorizar a educação. São muitos os sintomas que apontam para isso. Veja a situação de alunos carentes que dependem do transporte escolar. Eles enfrentam dificuldade de um serviço irregular, sem qualidade, conseqüência dos freqüentes atrasos no pagamento aos proprietários de transportes que operam o serviço. Ontem, no plenário da Assembléia Legislativa, o deputado estadual oposicionista Getúlio Rêgo (DEM) denunciou que em alguns casos o pagamento não é feito há mais de um ano, atingindo vários municípios da região Oeste. O deputado governista Raimundo Fernandes (PMN) endossou a denúncia, afirmando que o governo deixou de aplicar R$ 800 mil no serviço em São Miguel. A irregularidade do serviço atinge, principalmente, os alunos residentes em localidades rurais e que estudam em escolas na sede dos municípios. Em 2007, centenas de alunos da zona rural de Mossoró foram castigados, muitos desistiram do ano letivo. Os mais determinados procuraram outras alternativas para garantir o transporte e conseguiram salvar os estudos. A deficiência do transporte escolar não é um problema isolado. Soma-se a falta de qualidade das escolas, a maioria necessitando de melhorias e reformas. Em Governador Dix-sept Rosado, a Escola Estadual Manoel Joaquim foi interditada pelo Corpo de Bombeiros há quase três anos e os seus alunos acomodados em um galpão. Até aqui, o Governo não adotou qualquer providência para devolver a escola ao Município. Em Mossoró, a obra de reforma do Centro Supletivo Alfredo Simonetti se arrasta desde o primeiro ano do primeiro governo de Wilma de Faria, e caminha sem previsão de conclusão. Como se vê, a educação não recebeu, até aqui, tratamento que necessita. Longe dessa prioridade. Daí, a explicação de o Rio Grande do Norte ter segurado a lanterninha da educação do País, título indigesto para nossos alunos.
Tudo isso é só a ponta do Iceberg, somente quem vivencia a realidade da educação, das escolas, tem uma percepção crítica dos fatos, sabe das imensas dificuldades, injustiças, descasos, omissões, incompetências administrativas, corrupção desenfreada no setor educacional, que trazem enormes prejuízos para todos que atuam neste setor. Criaram aos longos dos anos um monstro, agora não sabem como dominá-lo. Soluções há, não existe é quem queira enfrentar este monstro prefere continuar alimentando-o até ele devorar a todos. Não tenho conhecimentos de nenhuma instituição ou entidade que luta verdadeiramente para mudar este quadro devastador, ninguém ainda não empunhou uma bandeira para lutar contra a corrupção, que existe e ninguém quer ver, dentro do setor educacional em todo estado do Rio Grande do Norte. O ministério público, sindicato, governo, funcionários, nada nem ninguém tem a coragem de lutar criando uma política, uma campanha para acabar com a nefasta, a megera corrupção na educação.
Em algum Estado brasileiro quando o governo deixou de tratar as escolas como curral eleitoral, aumentou os recursos financeiros e humanos, investiu na fiscalização, melhorou os salários dos funcionários públicos estadual, diminuiu o número de alunos por turmas, incentivou a disciplina, não somente para alunos, mas também para os funcionários, a educação deu um salto de qualidade.
No mundo todo, os países que investiram pesado na educação tiveram uma evolução social econômica assustadora, temos exemplo da China, Chile, Cuba, Espanha e muitos outros.
Enquanto tivermos essa mentalidade medíocre de aceitar e acreditar em promessas dos governantes, enquanto a educação estiver nas mãos da burguesia, das oligarquias, estaremos condenados a viver neste caos, nesta miséria educacional. Sem lutar somos presas fáceis para alimentar o MONSTRO QUE VIVE CARCOMENDO A EDUCAÇÃO.
Costumo brincar com meus colegas e dizer; "ESTAMOS NA SEMANA PEIDAGÓGICA" (risos)



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segunda-feira, fevereiro 18, 2008

UM DIA DE MOSSORÓ

UM DIA DE MOSSORÓ

Por William Pereira da Silva

Geralmente acordo às seis da manhã, faço minha higiene corporal, vou ao quintal ouvir o canto dos pássaros, tomo café e me preparo para a rotina do dia-a-dia.
Este dia para mim seria igual aos outros, mas senti um presságio que não seria um dia comum, havia algo dentro da minha alma um sentimento de tristeza, o que seria?
Todas as manhãs, de segunda a sexta-feira vou deixar minha filha mais velha na URFESA, retiro a moto da garagem e lá vamos nós cumprir nosso itinerário. Ao chegar ao cruzamento das ruas Marechal Deodoro com Prudente de Morais vejo um fato inusitado, há um semáforo quebrado virado em sentido contrário com as luzes verde e vermelho acessas ao mesmo tempo, fazendo com que no sentido em que vou, haja dois semáforos para orientar-me no trânsito, aquele que seria o normaL no sentido em que ia piscava só o amarelo. Para um motorista de fora da cidade não conhecedor do nosso trânsito seria motivo de surpresa e gozação, o mesmo não saberia o que fazer. Então teríamos de ter cuidado para fazer o cruzamento. Logo em frente no cruzamento da Rua Marechal Deodoro com Avenida Dix-Neft Rosado o semáforo simplesmente estava apagado, não havia um guarda de trânsito orientando nada, sendo um cruzamento de bastante fluxos de carros, pessoas teriam de atravessar a avenida para a UERN, URFESA, FEIRA DO BODE, CEFET, AREIA BRANCA, CONJUNTO 30 DE SETEMBRO, isso às sete da manhã era um verdadeiro caos, precisava muito cuidado para fazer o cruzamento. Conseguimos sair dos congestionamentos ilesos. Suspirei aliviado por um momento, porém há uns cem metros na Avenida Dix-Neft-Rosado havia um outro congestionamento motivado por um acidente de uma moto com uma carreta, o motoqueiro estava no chão, algumas pessoas prestavam socorro a vitima, Segui em frente, tinha de atravessar toda essa avenida para chegar na Universidade. Ao chegar a frente ao Colégio Padrão, outro congestionamento se formava para o guarda de trânsito permitir a travessia dos alunos desta escola, haja demora em desafogar o trânsito. Ao sair dali mais ou menos a uns duzentos metro tem a ponte Rômulo Argentiére onde havia mais um engarrafamento, parei a moto para ver o que estava acontecendo, duas carroças puxadas por jumentos atravessam a ponte lentamente em sentidos contrários, uma ia outra vinha, os carros não tinham opção de ultrapassagem, foram minutos de buzinaço, gritos, xingamentos e as carroças lentamente fizeram seu trajeto. Conseguimos passar da ponte, mais na frente, mais carroças tornava o fluxo de trânsito lento, era dia da feira do Bode, muitas carroças utilizavam a avenida neste dia. Finalmente deixei minha filha na URFESA com atraso de uns vinte minutos.
Retornando da via-crúcis voltei para casa para ver qual seria minha agenda do dia.
Precisava compra um software de envio de e-mail em massa, parei numa loja, entrei, percebi um funcionário atendendo um outro freguês, um rapaz sentado no birô, deveria ser o gerente, nem o vendedor, muito menos o que estava no birô não olhou para mim, olhei para a hora no celular, era 8h15min, fiquei parado esperando ser atendido, fiquei na expectativa esperando o vendedor terminar com o outro freguês ou alguém aparecer e ser atendido. Exatamente 8h25min o vendedor dirigiu-se a mim, olhou, disse bom dia. Depois de dez minutos fui atendido e o suposto gerente nem olhou e também o que queria não havia na loja. Saí em direção ao Banco do Brasil, estacionei a moto em frente à Catedral, na Praça Vigário Antonio Joaquim, um flanelinha com aspecto de estar drogado, abordou-me, de forma grosseira dizendo que não poderia estacionar a moto ali, perguntei a ele o porquê, ele respondeu que aquela moto velha estava tomando o lugar dos carros que ele ia lavar, rebati dizendo que eu tinha o mesmo direito de estacionar ali devido não haver placa sinalizadora proibindo moto de estacionar, portanto eu podia estacionar, ele ainda de forma grosseira disse que ia tirar a moto a força, então apelei e de voz altiva afirmei que pagava todos os impostos ao governo, a moto estava rigorosamente em dia e ele não se atrevesse a nem pegar na moto, autoritário teimava em dizer que tiraria. Ao ver um policial do trânsito solicitei sua ajuda indagando se eu podia deixar a moto lá, o policial afirmou que sim, foi quando ele se afastou deixando-me em paz momentaneamente. Já nervoso me dirigi à agência do Banco do Brasil, entrei e vi filas enormes, mas precisava sacar dinheiro no caixa eletrônico, respirei fundo, contei até dez, permaneci na fila por uns quarenta minutos, quando chego ao caixa eletrônico, um funcionário do banco estava varrendo e senti a vassoura bater em meus pés, olhei para ele serio e perguntei se deixava terminar minha operação, ele afastou-se, volto a operar a máquina, para minha surpresa e indignação outra funcionário se aproxima do caixa que eu estava, sem a mínima cerimônia me avisa que tenho de parar a operação pois o caixa estava sem dinheiro e me afastando indelicadamente para o lado tomou posse do referido caixa. Que porra é essa! Gritei revoltado, como pode uma coisa dessas! Puto da vida desrespeite a fila e procurei outro caixa onde algumas pessoas reclamaram da minha ação. Consegui meu intento, fui embora com os nervos a flor da pele. Volto para pegar a moto e o sacana do flanelinha soltou uma piada dizendo que de outra vez eu não estacionaria ali, foi a gota d'água, ameacei dá-lhe umas porradas e algumas pessoas presentes me acalmaram e fui embora, voltei para casa para relaxar, já que teria ainda mais tarefas a cumprir, iria tentar me recompor. No trajeto de volta para casa, na Rua Venceslau Braz, no bairro Paredões, vejo um aglomerado de pessoas, paro para ver o que era, um rapaz com aproximadamente dezoito anos sendo segurado por uns homens, outros surravam o moço, perguntei o que foi e uma pessoa presente falou que ele teria tentado um assalto a mão armada, ao fugir caiu da bicicleta e foi dominado, estava já cheio de hematomas pelo rosto quando a policia chegou dominando ele e dando mais uns tapas para ele entrar dentro da viatura, isso era 10h45min. Chego a casa onde moro, em frente ao Centro Clínico Professor Vingt-un Rosado, que é bastante movimentado, há muitos carros estacionados, olhei e vi que não podia subir a calçada para colocar a moto na garagem, havia muitos carro e três deles impedia minha entrada, parei, analisei, fiz a manobra na moto voltei a uma rua paralela conseguindo subir a calçada e transitar por ela uns trinta metro para entrar em casa.
Puxa vida que pedaço de dia desgastante, pensei. Entrei em casa, tomei um banho, meditei com o pensamento confuso e me interroguei o que estaria acontecendo neste dia, lembrei-me do filme UM DIA DE FÚRIA de Joel Schumacher, com Michael Douglas, 1993, neste filme um homem desempregado chega ao seu limite um dia durante um congestionamento e resolve combater a escória da sociedade ele mesmo. Será um dia inesquecível para William Foster (Michael Douglas) e o detetive que estava para se aposentar, Martin Prendergast (Robert Duvall), que tem a missão de encontrá-lo e capturá-lo na imensa Los Angeles. Estaria eu vivendo esse dia? Preferi pensar que não, iria tudo parar por ali, bastava eu me acalmar um pouco que tudo daria certo no restante do dia.
Almoço, descanso um pouco, mais calmo vou para a escola trabalhar. Chego à Escola Estadual Jerônimo Rosado, vejo um tumulto logo na entrada, alunos, professores e funcionários estão reunidos em frente a escola, intrigado pergunto o que ocorreu, eles mostraram um esgoto estourado, uma fedentina horrível estava entrando escola adentro, como também os canos da água tinham estourados junto com o esgoto, a escola estava sem água e o fedor não deixava haver aula. O diretor resolveu suspender as aulas e tomar as devidas providências.
Aproveito a folga, volto para o centro comercial da cidade para comprar uma peça do ventilador que estava quebrado, vou a Bel Peças solicito a peça e compro, na saída para meu espanto, dois homens de arma em punho entram numa loja em frente, paro, recuo e fico atrás de um pilar, após alguns minutos escuto tiros, agacho-me, assustado com o coração batendo aceleradamente e o medo tomando conta de mim, fico ali parado, acuado, tremendo mais "que vara verde'. Mais tiros. Após alguns minutos, que pareceu uma eternidade, dou uma olhada, vejo uma cena lamentável, dois ou três homens estão caídos no chão da calçada, começa a aglutinação de pessoas, chaga o SAMU, os três homens estavam mortos, um assaltante, o dono da loja e seu filho, uma verdadeira tragédia. Comovido retorno para casa.
Resolvi não mais sair de casa para nada, estava totalmente transtornado, comentei com minhas filhas e esposa o que tinha acontecido comigo durante o dia, sugeriram que eu rezasse, porém ando cético com esse tipo de coisa, creio que Deus se existir abandonou o mundo faz tempo, estou mais para ser ateu.
A noite estava no meu lar, mais tranqüilo, recebo um telefone de um amigo meu convidando para tomar umas cervejas lá no restaurante A Gauchinha para mostrar um plano de ação para desenvolver o jogo de xadrez na escola que ele trabalha, fico cismado, tinha prometido não sair entretanto a idéia de tomar uma cerveja gelada mudou meu pensamente, fui para lá, tomamos uma cervejas com churrasco enquanto debatíamos nosso plano. Às 21h30min recebo um telefonema da minha esposa, que angustiada pedia para eu ir para casa pois uns ladrões roubaram quatro cadeiras de nossa área, ela estava sozinha com as minhas filhas e com medo. Fui apressado, ao chegar a casa disse: - Escutem! Exclamei. - Quem souber rezar, orar, ou coisa do gênero, quem acreditar em Deus faça isso, fechem todas as portas, janelas. Peguei minha arma, coloquei perto de mim e afirmei: - O satanás que aparecer toro ele em dois, estamos é numa guerra civil disfarçada!
Este foi UM DIA DE CÃO, UM DIA DE MOSSORÓ, cidade que todo dia morrem duas pessoas assassinadas à tiros e já tem mais duas marcadas para morrer, o trânsito é caótico, roubos, assaltos, furtos, acidentes de trânsitos constantes com vitimas fatais, corrupção desvairada no setor público, povo omisso, tráfico de droga impera, rio poluído, dirigentes oligárquicos, uma cidade do caos. Despudoradamente ainda tem gente que diz "ADORO MOSSORÓ", "AMO MOSSORÓ", "MOSSORÓ DA GENTE". Digo eu, MOSSORÓ DO CÃO.


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sábado, fevereiro 16, 2008

EDUCAR PARA A VIDA

EDUCAR PARA A VIDA
William Pereira da Silva
Leio o artigo de Flávio Rezende, escritor e jornalista, "Escola de Menos, Vivência de Mais", veio a lembrança de uma família na Europa que preferiu não colocar seu filho na pré-escola, ao invés disso, o dinheiro reservado para pagar a escola, seria revertido em passeios a diversos lugares onde seu filho pudesse ter um contato direto com a natureza na companhia de seus pais e familiares utilizando de espaços mais amplos e manipulação de objetos múltipos oferecidos pelo meio ambiente.
A minha neta Marina, de apenas dois anos, começou a "estudar", ir para a escola. Do meu ponto de vista acho isso um tremendo erro que a sociedade impõe a essas crianças, o mundo moderno com suas loucuras e desacertos cria situações que afastam de muito cedo as pessoas do convívio familiar. A importância da presença dos pais, irmãos, tios, avós são marcantes na formação da personalidade desses pequeninos seres humanos. A escola na mente dessas crianças no início, é um local estranho com pessoas estranhas, eles se sentem abandonados pelos seus entes queridos, não tem raciocínio suficiente para entender o futuro, que as pessoas mais tarde irão pegá-los, trazê-los de volta para casa, . É como colocar um adulto numa cidade onde ele nunca foi e deixá-lo sozinho sem dinheiro ou qualquer outro recursos para ir onde ele quiser, ficará a mercê de pessoas estranhas e sem saber aonde ir. Por isso tanto choro e desespero da criançada. Mas infelizmente até em países cujo educação é tida como exemplar acontece assim, o que fazer? Aceitar.
Na Revista Escola, reportagem sobre à educação em Cuba, Argentina e Chile, especificamente no primeiro país citado, as crianças começam ir para a escola com apenas um ano de idade, em regime de tempo integral. Há um consenso nos regimes socialista em que a família é um todo, estado, sociedade e pais, todos são responsáveis pela educação da população, do ponto vista comunista primitivo as civilizações indígenas utilizavam desse tipo de educação, vale ressaltar que não havia escola, a educação era num meio difuso onde as crianças aprendiam a caçar, pescar, nadar, artesanatos, todos se educavam entre si. Aprendiam tudo que precisavam para sua sobrevivência no seu habitat. Desse ponto de vista pode até ser aceitável.
O escritor e Jornalista relembra nosso tempo de ginásio, no qual tínhamos quatro meses de férias, mês de julho, dezembro, janeiro e fevereiro, atualmente são quinze dias em julho e um mês e meio entre janeiro e fevereiro, salientando que a educação aumentou em quantitativo e perdeu em qualidade, o inverso na nossa época. No nosso tempo das férias de quatro meses adorávamos, não víamos a hora de acabar o ano letivo, ficar em casa assistindo televisão, jogar, bola, acordar a hora que quiser, ir ao cinema, viajar a praia, sítios, cidades do interior, teríamos mais tempo com a família e quando voltávamos para a escola novamente sentíamos mais disposto a enfrentar os estudos. Era um período de Escola de Menos e Mais Vivência na Família.
Outro questionamento fica por conta da metodologia aplicada, é a metodologia da competição, colocam todos para estudar no intuito de conseguir um emprego para ganhar dinheiro, alguns sonham com muito dinheiro para enriquecer num pequeno espaço de tempo, isso gera um sentido de competição colocando o alunado numa expectativa de passar por cima uns dos outros, de tudo, as escolas preocupam somente em ver seus alunos desenvolvendo a parte intelectual, entupi-los de conteúdo para prepará-los para vestibulares, concursos, esquecendo totalmente o sentido antropológico, os conteúdos sobre humanismo, obediência as leis, ética, moral, filosofia, conteúdos que nos tornem mais humanos, não somente máquinas de competição. Educar para a vida numa amplitude maior.
Vemos um mundo violento, desumano, a vida tornou-se banal, estamos vivendo como gladiadores, não há respeito pelo saber, pela cultura, arte, interessa a intelectualidade sem medir suas conseqüências, a ciência tanto pode servir para o bem como para o mal, estamos caminhando mais para o sentido ruim, ademais o grande número do contingente de crianças e adolescente que abandonam a escola por não encontrar nela algo que lhes dêem sustentação para suas perguntas, como resolver suas vidas. Esperamos na esperança de haver mudanças em breve para mudar este quadro.



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