domingo, março 23, 2008

EDUCAÇÃO FÍSICA – UMA NOVA FORMA DE TRABALHAR

 
EDUCAÇÃO FÍSICA – UMA NOVA FORMA DE TRABALHAR
 
William Pereira da Silva
 
Nós Professores de Educação Física estamos lecionando nossa disciplina, pela primeira vez, no horário normal de aulas, antigamente eram executadas em outros turnos. Algumas escolas estão adotando a sistemática de uma aula no horário normal e outra em outro turno, isso de certa forma trás benefícios para a valorização da disciplina, porém para alguns professores e profissionais da área gera certos incômodos, ocasionado porque, precisamos de mais de uma fonte de renda para ter uma vida financeiramente razoável, seria necessário a compreensão dos empregadores que nos pagassem dignamente criando a dedicação exclusiva, seria quando poderíamos trabalhar satisfeitos. Dentro deste dilema temos alguns profissionais que ainda não estão preparados para assumir essas aulas,  precisaríamos algumas vezes dar aquela famosa aula teórica em sala de aula, onde a maioria dos professores de Educação Física não tem essa pratica, e mais, há uma corrente que defende a tese na qual essas aulas  não condiz com a filosofia da metodologia da Disciplina Educação Física, ela foi criada justamente para defender e aplicar a concepção de colocar o corpo em movimento, evidentemente aplicar conteúdos teóricos contradiz realmente com a nossa pratica da CULTURA DOS MOVIMENTOS CORPORAIS, nela utilizamos os exercícios físicos, as modalidades esportivas, a dança, as artes marciais, os jogos, a recreação, o lazer, enfim tudo aquilo que coloca o corpo em movimentos e a  sala de aula não da as condições necessárias para tudo isso, muitas vezes a própria escola não tem espaços físicos nem materiais adequados. Mais uma vez a Educação Física é colocada em Xeque.
Como professor de Educação Física essa não é a primeira experiência que vivencio nestes parâmetros, na década de noventa lecionei a EDUCAÇÃO FÍSICA APLICADA AO MAGISTÉRIO, cujo objetivo era dar subsídios as normalistas, para entender a EDUCAÇÃO PSICOMOTORA, compreendendo o valor dos movimentos corporais para a educação da criança desde a pré-escola até a fase adulta, neste período as aulas eram teóricas/praticas no turno normal das aulas, foram três anos nesta empreitada, ainda na rede privada tive uma pratica de três meses dando aulas no horário normal, quando tirava os alunos de sala de aula, levava-os para a quadra de esportes exercendo as atividades da Educação Física, a evasão era zero, as aulas muito produtivas, os alunos adoravam, no entanto os pontos negativos alegados pela diretora foram o barulho da movimentação no entra e sai, o tempo perdido entre a saída da sala e a volta dos alunos, motivo o qual ela acabou com essa pratica, da minha parte o ponto negativo era o aumento da jornada de trabalho, mais planejamentos e o salário Ô, aquela coisinha irrisória, desestimulava qualquer profissional da área.
Do ponto de vista da aprendizagem do aluno e a valorização da Educação Física essa medotologia torna-se extremamente positiva e eficaz, mas por que tanta rejeição tanto do aluno quanto do profissional?  Vejamos:
- Os alunos não têm em sua totalidade a cultura dos movimentos corporais, a maioria deles gosta mesmo é do esporte, da modalidade esportiva, da dança, das artes marciais, da recreação, dos jogos, a educação física dos exercícios físicos aplicada nas escolas não atrai mais nenhum deles, essa pratica simplesmente faliu, quanto a teoria em sala de aula eles não aceitam por querer justamente sair de sala de aula e ter atividades mais dinâmicas, mais atrativas, a sala de aula para a maioria dos estudantes é um martírio.
- Os Profissionais e Professores da Educação Física até que entendem e valorizam essa pratica porem vem à questão do TEMPO/SALÁRIO, neste sistema ficamos mais aprisionados nas escolas perdendo a oportunidade de exercer mais empregos e melhorar nossa renda ocasionando um grande prejuízo para a classe, caso adotassem a dedicação exclusiva e melhorassem nossos salários a coisa seria bem mais diferente. Ouro ponto são os conteúdos a serem aplicados. Não houve sequer uma preparação com cursos de atualizações, aperfeiçoamento, especialização ou qualquer outra atividade preparando os educadores desta área, nas outras disciplinas esses professores tem uma literatura abundante para qualquer série em que esteja lecionandos, as editoras oferecerem centenas de oportunidades de livros para cada professor da pré-escola ao ensino médio, e nós professores de Educação Física o que temos? Não existe sequer uma cartilha de orientação ou um programa elaborado de forma sistemática para as séries seqüenciais existente nos sistemas de ensino das escolas, somente algumas apostilhas elaboradas por alguma secretaria de educação que muitas vezes não condizem com a realidade existente nas escolas em que ensinamos. Creio que quem deve elaborar  e executar as aulas de educação física é o professor, o educador, o profissional da Educação Física juntamente com a Direção da escola e o corpo administrativo respeitando a realidade e peculiaridade, aí sim estaríamos respeitando a lei LDB, os alunos, a escola e todos os envolvidos neste processo da Educação Física Escolar.
 
 


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sábado, março 15, 2008

CPI DA EDUCAÇÃO

CPI DA EDUCAÇÃO
William Pereira da Silva


Há uma luz no final do túnel. Parece que resolveram investigar o porquê de haver tanto dinheiro investido na educação e a cada dia ela piora consideravelmente.
Realmente é muito estranha esta situação no Brasil. O Banco Mundial há anos que empresta dinheiro ao nosso país para investir pesado na educação e o que vemos é um verdadeiro desastre neste setor tão crucial para o desenvolvimento de qualquer nação.
Quais seriam as causas disso? O que esta havendo? A quem interessa este estado de coisas? Quem ganha com o caos da Educação Pública? A Educação da Rede Privada de ensino também tem crise? Há soluções? Perguntas e mais perguntas pairam no ar. No nosso dia-a-dia nas escolas dá para perceber a quantidade de recursos destinados pelo Governo Federal e Estadual para a educação, é muita, mas muita verba investida nas escolas; livros, computadores, merenda escolar, recursos do PDE, ( A escola em que trabalho recebeu agora neste mês dezesseis mil reais R$ 16.000,00 do PDE para recuperar os índices baixos dos alunos em português e matemática), televisão, vídeos, DVD’S, mesas, estantes, cadeiras, equipamento de laboratórios e outros, mas fica a dúvida de como tudo isso esta sendo cuidado, quem e como esta tratando esses recursos materiais enviados pelo governo.
Cristovam Buarque, senador do PDT-DF que defende uma revolução na educação, fez uma citação que demonstra como os políticos pensam sobre a educação no Brasil; "A CPI da Educação está pronta para ser criada, mas ninguém fala porque não é escândalo. Cartão corporativo tem mais prestígio que boletim escolar."
Várias são as assembléias legislativas em diversos Estados do Brasil está instalando suas CPI’S, Santa Catarina, Goiás, São Paulo, o próprio Cristovam Buarque(PDT-DF) propôs a criação da Comissão Parlamentar do Inquérito (CPI) do Apagão Educacional que deverá ao final dos trabalhos, elaborar um grande projeto de educação para a Nação. Essa é a expectativa do senador. O projeto, segundo ele, deve ser capaz de "atravessar os vários governos que virão não somente com soluções, mas também com um grande acordo".
Muitos acreditam que essas CPI’S não dão em nada, vira tudo pizza, embora haja aquelas que vez por outra dão resultados, quem sabe a da educação traga alguns frutos e abra o debate sério para a solução dos problemas da educação brasileira.
Da minha parte sei perfeitamente as causas primárias ocasionadora da crise educacional, na minha visão o primeiro fator é o Político, onde a classe política não tem uma política seria para o setor da educação. Algumas áreas são beneficiadas enquanto outras abandonadas, como exemplo as Escolas e Universidades Federal funcionam satisfatóriamente enquanto as estaduais sempre estão em crises sucessivas.
Diante da minha experiência educacional durante esses vinte e cinco anos acredito em alguns fatores negativos que trazem enorme prejuízo para a educação, esses fatores acontecem aqui no RN como também em muitos Estados do Brasil e onde esses fatores não ocorrem à educação tem melhoras significativas. Eis alguns:
1 – Interferência direta de políticos indicando cargos e funções
2 – Proteções aos servidores fantasmas ou não que são correligionários
3 – Esquemas organizados dentro do setor para desvios de verbas. (comerciantes, ex-deputados, ex-militares, funcionários públicos, chefes de repartições...)
4 – Corrupções profundas como peculatos, improbidades administrativas
5 – Inexistências de fiscalização do governo in loco na aplicação dos recursos (Só existe a burocracia, troca-se dinheiro e mercadorias por papel)
6 – Não é feito Tombamentos do patrimônio nas escolas, semestral ou anual.
7 - Não há combate a corrupção dentro das escolas e diversos setores da educação do RN (Não existe sequer uma instituição agindo ou preocupada com esse fator preponderante para tornar a educação mais eficiente)
8 - Gestão Democrática totalmente antidemocrática (Diretores eleitos obedecem fielmente seus lideres políticos, esquecem as leis que regem a educação). Há exceções lembrem-se.
9 – Diretores inexperientes causando grandes prejuízos ao funcionamento da escola
10- Professores e funcionários, relapsos, egoístas, inoperantes (aqueles que querem levar vantagem em tudo, menos trabalhar)
11- Falta da disciplina geral para funcionários públicos e alunos (proteção de políticos e paternalismo acentuado)
12- Escola em sistema de Comodato ( Escolas privadas financiadas pelo governo retiram os alunos da rede pública ocasionando o fechamento de muitas escolas estaduais.)
13 – Salários dos professores não condizem com suas reais necessidades.
Enumeraria mais uma dezena de fatores negativos que corrói a educação do RN, mas tenho a consciência que os educadores deste Estado sabem perfeitamente das causas que ocasionam as mazelas do nosso sistema educacional, infelizmente nada é feito para moralizar transformando nossas relações com os governantes, a submissão reina, um calendário de pagamento em dia acomoda os funcionários fazendo deles massa de manobra.
"Todos nós somos culpados pelo que está acontecendo. Por isso, essa CPI propõe justamente colocar o Brasil no divã para fazer uma psicanálise", explicou o senador Cristovam Buarque

domingo, março 02, 2008

AUTONOMIA ESQUECIDA

 
AUTONOMIA ESQUECIDA
 
Parece que muita gente na educação anda esquecendo o que é autonomia, ela é a faculdade de se governar por si mesmo. Direito ou faculdade de se reger (uma nação, uma escola) por leis próprias. Liberdade ou independência moral ou intelectual. Na ética é a Condição pela qual o homem pretende poder escolher as leis que regem sua conduta. Autodeterminação, heteronomia e liberdade.
Há uma lei que rege o sistema educacional, a famosa LDB, LEI DE DIRETRIZES E BASE DA EDUCAÇÃO, que é bastante esquecida por aqueles que atuam neste setor.Vejamos alguns pontos principais desta lei:
No TÍTULO II DOS PRINCÍPIOS E FINS DA EDUCAÇÃO NACIONAL diz no Art. 2º; A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. No Art. 3º. 0 ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas;
IV - respeito a liberdade e apreço a tolerância;
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
VI – gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
VII - valorização do profissional da educação escolar;
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino;
IX - garantia de padrão de qualidade,
X - valorização da experiência extra-escolar;
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais.
Esses são apenas alguns príncipios, no que se refere a autonomia, fica claro neste artigo a seguir. Analisem bem o Artigo de número 15 da LDB. "Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público."
Não resta a menor dúvida que as escolas tem plena autonomia para funcionar independente de Governo, Secretaria de Educação ou das própiras DIRED'S, esta última tem agido totalmente contra as leis, interfere nas escolas prejudicando sensivelmente as escola e os profissionais da educação. Criada para facilitar inverte suas finalidades, criando atribuições fantasiosas, totalmente contra os principios fundamentais da LDB. Tanto interfere na parte financeira como funcional das escolas, os diretores ficam a mercê de normas e condutas impostas pelo bel prazer de algum funcionário que esquece da AUTONOMIA pertencente as escolas que podem funcionar de acordo com a sua realidade e peculiaridades. Quando se age contra a lei o fato passa a ser crime e merece a intervenção do Ministério Público.
Lí certa vez que os requícios da ditadura ainda permanece na alma das pessoas, os anos ditatorial no nosso país esta demorando a sair do inconsciente coletivo. Devemos nos lembrar que ela acabou, vivemos num estado Democratico, mesmo que artificial, temos a obrigação moral e ética de banir de vez a ditadura e prevalecer as leis que regem a educação.
Sugiro as todos os educadores e principalmente aos diretores que lutem, reajam contra qualquer imposição feita as escolas pelas instituições representativas do Estado que interferem de forma arbitraria contra as escolas. Mnistério público neles ou nelas!
Nos cadernos de fortalecimento dos conselhos escolares sugerem formar turmas com vinte e no máximo trinta alunos, países como Cuba, Chile são citados como referências de qualidade de ensino e um dos pricipais fatores para essa qualidade foi autonomia, financiamento adequado, valorizaçao dos profissionais da educação, as escolas funcionam de acordo coma realidade de cada região, em Cuba onde estiver uma pessoa analfabeta ou um aluno, somente UM, o governo disponibiliza um professor para tal tafera, entendam bem, um professor para somente um aluno, o importante é alfabetizar, educar. Por aqui fecham escolas com se fosse a coisa mais natural do mundo, um desperdicio criminoso com consequencias incalculaveis para o nosso país. Enquanto as escolas se esvaziam as penitenciarias se abarrotam de jovens delinquentes.
Quem não investe e valoriza a educação não sabem o preço da ignorancia.
 
 
 


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